sábado, 10 de abril de 2010

“Lutar pelo amor é bom, mas alcançá-lo sem luta é melhor”. William Shakespeare


Ontem estava conversando com umas amigas a respeito de um casal que recentemente se separou e cada uma tinha uma opinião acerca deste assunto, “casamento”.

É interessante, que quando estamos em uma faculdade, temos a teoria e a prática. Um precisa do outro para ser aprimorado e concretizado profissionalmente falando.
Mas se observarmos alguns trabalhos autônomos, percebemos que tem pessoas que aprenderam algo na prática, sem muitas teorias.
Tenho um exemplo de um colega que aprendeu a construir casas com o pai. Desde pequeno ele o acompanhava e o via construir boas casas sem nunca ter feito uma faculdade de engenharia e nem de arquitetura, aprendeu na prática e foi aprimorando.

Tendo em mente como se faz uma casa, sabemos que algumas coisas devem ser observadas corretamente, porque delas depende o sucesso ou o fracasso da obra. É importante avaliar o terreno, onde será feita a fundação e prepará-la de acordo com o número de andares que esta casa ou edifício terão. A estrutura tem que ser forte e segura, para resistir aos reveses do tempo e da natureza, que com certeza virão.
Comparando este exemplo com o papo “casamento”, relembrando algumas aulas que tive em minha graduação, cursos de extensão sobre família, mais as experiência de algumas outras amigas, resolvi escrever algo a respeito deste assunto, de forma simples, mas coerente com o que acredito.

Metaforicamente analisando, o casamento deveria seguir o mesmo princípio da construção de uma casa!

Não tenho conhecimento na prática, somente ouço em consultório,entre amigos, familiares e desta forma comparo, penso, e em minhas análises, chego a algumas conclusões que me levam a ter a opinião que tenho hoje, que não é hermeticamente fechada, mas embasada ao longo dos fatos. O que significa que o que eu penso, é individual e não necessariamente plural, universal.
Sei que se relacionar é difícil, requer investimento, cuidados, conquistar alguém é mais fácil do que manter. Cada um sabe o que suporta ou não, o importante é não se violentar e nem julgar levianamente, cada caso é um caso.

A bíblia nos deixa claro já em gênesis 2:18, que a família sempre foi idéia de Deus desde quando Adão e Eva foram criados por Ele dizendo: “não é bom que o homem esteja só”. Em eclesiastes 4:9-12, diz também que no frio um esquenta o outro, se um cair o outro levanta...
Em Gn 2:24,diz para o homem deixar pai e mãe e se tornar assim, uma só carne com sua mulher. Em marcos 10:24, diz, que o que Deus uniu não separe o homem.
Ou seja, estar só não foi a idéia de Deus, não é bom!
Entretanto, lá em Oséias 3:3 diz: ”como andarão dois juntos se não há entre eles acordo”?

O acordo deve ser a base de uma caminhada juntos, sem acordo, cada um faz o que quer, se dirige em uma direção, sendo oposta, como chegarão juntos?

Li uma reportagem estes dias, falando do aumento do número de casais que tem mantido o casamento por aparência. Eles revelavam na entrevista, que os seus amigos nem imaginam que eles vivem de fachada para não abrir mão de uma vida social boa ou para que os seus filhos não sejam filhos de pais separados. E que seria uma vergonha, uma derrota para estes, assumirem o divórcio. Mas é evidente que se tem aí os ganhos secundários seja consciente ou não.
Volto a dizer, cada um escolhe como quer viver dentro do que a vida lhe oferece de melhor ou pior.

Alguns casamentos são mantidos pelas brigas, suas famosas bengalas, se retirá-las é provável que a relação termine.
Certa vez fiz esta pergunta a um casal que atendi, onde a maior queixa de ambos eram as brigas. Aparentemente eles eram felizes e pareciam se amar. Perguntei a um separadamente do outro, se as brigas findarem, como vai ser o casamento para você?
O mais interessante foi a lacuna entre a resposta e a expressão de dúvida.

Em terapia sistêmica, observamos se existe afeto entre eles, existindo, as brigas, as discussões, se um se cala para deixar só o outro falar, não vem tanto ao caso. Eles podem ser felizes assim!

Todos sabemos, que chega uma hora em que a paixão acaba e o amor esfria, nesta hora muitos usam a razão, escolhendo continuar amando sem o fogo da paixão. Mas creio eu, que uma família que funciona, independente de ser o "modelo padrão" como o da antiga propaganda da margarina Doriana, porque agora tem a atual da Qualy, é aquela que independente da forma que se relacionam, se amam com afeto, respeito e ternura.

Mas para mim, viver com alguém adoecido, com brigas, sob ameaças, por sentimento de posse, manipulações, mentiras, tudo isso para não ficar sozinho, para não abrir caminho para outra pessoa entrar ou para não perder o “status” de casada, não me parece bom.
Parece pobre, vazio, triste, sem sentido, infeliz...
Estar na mesma casa mas com o coração a quilômetros de distância dali, fingindo orgasmo, gozando por gozar e quando nem isso quer, mandando o outro para o sofá, ou alegando a famosa dor de cabeça. Eu me pergunto, onde está Deus aí?

Tem quem prefira viver de aparência, mas a vida é tão curta para se deixar levar por um relacionamento assim. O bom é ser inteiro e ter alguém de forma inteira.
Posse de alguém não é amor é egoísmo. Um documento os torna marido e mulher, não dona e dono. Pertencem um ao outro sim, devendo então o amor ser o bem maior.

Insegurança, só atrasa a vida de ambos de encontrar alguém que os faça mais felizes e maduros para amar.

Que adianta ter o corpo quente e a alma fria e distante. Como é bom amar e em troca amado ser. Quem ama cuida, quem ama não prende por ameaças ou chantagens. Quem ama busca a felicidade do outro e não somente a sua. Quem fica sob ameaça, por covardia e não por amor, fica pela metade.

Quem ama e amado é, sabe que ainda que não esteja geograficamente perto, o coração e a alma caminham lado a lado, e assim não se sentem sós.
O amor aproxima a obrigação degenera.

Alguns acham que ficar só é uma incompetência ou defeito, outros já dizem que é melhor ficar só do que mal acompanhado e Nelson Rodrigues, disse: “a unanimidade é burra”.
Desta forma, a busca do equilíbrio será sempre o melhor.

Diante de tudo que ouvi, vi e vivi digo eu não Deus, que se ainda não me foi possível estar casada feliz,amando e sendo amada, é melhor estar sozinha feliz, sabendo ser amada mesmo que a distância, que ser obrigada a estar com quem não quero por qualquer outro motivo que não seja por amor.
Como é bom ser feliz!!!
Karina Horst
10/04/2010

4 comentários:

  1. O que posso dizer, MA...RA...VI...LHO...SO...
    seu texto!!!!!
    bjo

    ResponderExcluir
  2. Muito lindo!!!! mais depois que me divorciei ainda me sinto casada pois a palavra de Deus só nos permite ser livres quando um dos dois morrem, diz que mesmo separados somos adulteros é forte mais é o que Deus diz em sua palavra.Penso que quando Ele desse isso é por que sabe que existe solução nele e espera que nos busquemos Nele a mesma bjus.

    ResponderExcluir
  3. Não me casei ainda, e é claro que como cristã, sou a favor da família sempre, em Deus. De fato só nEle há cura, libertação,restauração,verdade e amor. Mas, como Ele conhece o homem que criou, permitiu a carta de divórcio também no caso de adultério, sexo fora do casamento.E olha que só em olhar com intenção impura já pecou! Apesar da opção do traído perdoar, Ele é misericordiosos e dá aos filhos dEle uma segunda chance, até porque somente Ele sonda os corações e a verdadeira intenção de cada um. Se não fosse assim, quantos filhos amados dEle hoje casados outra vez iriam para o inferno? Já que é para lá que os adúlteros, mentirosos...irão! Que Deus nos dê o discernimento necessário para nEle descobrir que somos livres pelo sangue de Cristo!!! Deus é bom!

    ResponderExcluir